A Doença de Parkinson é uma das patologias neurodegenerativas progressivas mais comuns no mundo, ela acomete o Sistema Nervoso Central (SNC), promovendo uma aceleração anormal no processo de envelhecimento. A principal característica da doença é a perda da capacidade motora, levando a uma diminuição drástica da qualidade de vida, podendo levar a uma exclusão social em fases mais avançadas.
A doença foi descoberta em 1817 pelo médico inglês James Parkinson. Ele descreveu 6 pacientes com "Paralisia agitante", eles não apresentavam nenhum prejuízo dos sentidos e intelecto e futuramente a doença veio a ser chamada pelo seu nome. Já no século XX um cientista descobriu que a doença acometia a substância negra apresentando atrofia, além de perder a sua pigmentação.
Os sintomas apresentam 4 sinais essenciais:
- Tremor em repouso
- Rigidez articular
- Bradicinesia (Diminuição dos movimentos)
- Instabilidade postural
Como manifestações secundárias apresentam-se a incoordenação motora, embaçamento da visão, disartria (dificuldade em articular palavras), edema (inchaço), deformidade nas mãos e nos pés, escoliose, cifose, demência e depressão. OBS: Os sintomas não são iguais em todos os pacientes, em geral eles começam de maneira lenta e quase imperceptível.
Os passos ficam mais lentos e a voz se torna micrografica (redução do volume da voz e diminuição da caligrafia), podendo evoluir com a doença para acinesia (ausência dos movimentos). A marcha é caracterizada por passos muito curtos e arrastados, ausentando os movimentos dos braços, podendo ser chamada também de "marcha festinante", apresentando também dificuldade de equilibrar-se. As alterações vocais estão relacionadas a rouquidão e a voz soprada, com salivação abundante. Os pacientes assumem uma postura flexora, que acontece quando a cabeça e o tronco ficam inclinados para frente.
A causa da doença de Parkinson está diretamente ligada a fatores genéticos e ao envelhecimento, que pode aumentar sua incidência com o passar dos anos. A faixa etária que mais acomete os pacientes Parkinsonianos é dos 50 aos 70 anos, sendo prevalente entre os 70 e 75 anos de idade. Em 10% dos casos pode acontecer por volta dos 45 anos de idade, o que descarta que a doença é exclusividade de idosos, podendo acontecer de maneira precoce.
O diagnóstico da doença é feito através da características clínicas, bem como os sinais e sintomas. Um dos novos métodos de confirmação do diagnóstico foi criado pela USP - Universidade de São Paulo, consistindo basicamente em uma bateria de testes neuropsicológicos. Os testes avaliam: linguagem, atenção, percepção visual, raciocínio, memória, funções do dia-a-dia e entre outros. Além de várias escalas como: "Unified Parkinson's disease rating scale", "The timed up and go test", “Parkinson disease questionnaire", que são testes clássicos para confirmação da doença.
Fisioterapia na Doença de Parkinson
Um dos principais objetivos da fisioterapia é retardar a progressão da doença, já que ainda não se foi descoberta sua cura. Estratégias específicas para melhorar as atividades como: marcha, transferências, atividades manuais, prevenção de quedas, manutenção da capacidade física. Compondo a terapia com estímulos externos visuais, auditivos e proprioceptivos.
Alongamentos de membros superiores, membros inferiores e tronco, mantendo cada um por 30 segundos. Estimulando o paciente a contar junto com o terapeuta para assim estimular as funções cognitivas e atenção.
A fisioterapia busca no tratamento diminuir as disfunções físicas e permitir ao mesmo treinar suas atividades de vida diária, de maneira independente e da maneira mais eficiente possível. Alguns dispositivos auxiliares podem ser indicados para facilitação diária do paciente, bem como incluir corrimões (colocados em pontos estratégica), adaptação de talheres, pisos ante derrapantes, faixas fluorescentes em lugares mais perigosos como escadas ou direcionando para o banheiro, de maneira que tudo aumente a qualidade de vida do indivíduo.
Banheiro adaptado conforme as Regras da ABNT |
O treino de marcha, é uma das condutas fundamentais com o intuito de melhorar a caminhada e evitar as quedas. Exercícios feitos através de circuitos, exigindo maior atenção e deambulação em linha reta ou com obstáculos de acordo com a melhora do paciente.
Exercícios de fortalecimento muscular também são essenciais, uma vez que com o passar dos anos e o chegar da idade vamos perdendo a força.
Os exercícios respiratórios também são importantes, visando o aumento da amplitude torácica, promovendo a melhora da função pulmonar e oxigenação dos tecidos. Trabalhar os exercícios de maneira lúdica e criativa faz com que o paciente sinta-se desafiado e mais interessado na sessão proposta.
DICA: é comum confundir a Doença de Parkinson com a Doença de Alzheimer (DA) para tirar a dúvida leia o post sobre a DA: http://fisiolifealecardoso.blogspot.com.br/2014/03/doenca-de-alzheimer-e-os-beneficios-da.html
Fonte:
SANT,
C. R.; OLIVEIRA, S; G.; ROSA, E. L.; SANDRI, J.; DURANTE, M.; POSSER, S. R.
Abordagem Fisioterapêutica na Doença de Parkinson. 2008. Disponível em: Acesso em: 30 de Março de 2013. SANT,
C. R.; OLIVEIRA, S; G.; ROSA, E. L.; SANDRI, J.; DURANTE, M.; POSSER, S. R.
Abordagem Fisioterapêutica na Doença de Parkinson. 2008. Disponível em: Acesso em: 30 de Março de 2013.
Associação Brasil Parkinson: http://www.parkinson.org.br