domingo, 28 de setembro de 2014

Senilidade X Senescência

A velhice é um período de declínio caracterizado por dois aspectos: a Senescência e a Senilidade. Ao decorrer de nossas vidas, passamos por várias fases: infância, mocidade, maturidade e por fim a velhice. De acordo com o IBGE a porcentagem de brasileiros com mais de 60 anos na década de 40, era de aproximadamente 4%, mas as estimativas são de que em 2020 alcance 12% da população. Entender que a velhice em todas suas fases, começa em saber diferenciar o que é normal e o que é patológico, e o post de hoje esclarece justamente isso! (Boa leitura).

 A Organização Mundial de Saúde (OMS), considera envelhecer como:
"Um processo sequencial, individual, cumulativo, irreversível, universal, não patológico de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente".

São considerados idosos indivíduos entre 65 anos em países desenvolvidos e 60 anos em países emergenciais. O envelhecimento humano ocorre em três níveis diferentes: biológico, psicológico e social. O envelhecimento biológico envolve mudanças fisiológicas, anatômicas, bioquímicas e hormonais acompanhadas de declínio das capacidades do organismo. O envelhecimento psicológico relacionado aos comportamentos das pessoas relacionadas a si próprias ou aos outros, ligadas a mudança de atitude e limitações das capacidades gerais. Já o envelhecimento social está relacionado as normas ou eventos sociais que controlam por um critério de idade, o desempenho de alternadas tarefas ou atividades.


Senescência X Senilidade
Senescência: É considerada fase normal da vida de um indivíduo de maneira natural e saudável. Incia-se geralmente após os 65 anos e não manifesta nenhum quadro de doença, não ocorrendo distúrbios de conduta e comportamento.

Senilidade: É o envelhecer acompanhado de alguma patologia, podendo estar acompanhado com quadro de demência, o idoso também perde a capacidade de memorizar, prestar atenção, não consegue se orientar, fala sem nexo, podendo perder o controle de evacuar e realizar suas atividades de vida diária. As modificações que a Senescência causa ao corpo do idoso torna-o mais sensível a "fatores estressores", sejam eles cirurgias, infecções ou efeito de medicamentos. Por isso o indivíduo pode ficar mais vulnerável a complicações de saúde.

A atividade física é um dos meios mais baratos e mais saudáveis na qual pode melhorar a nossa saúde. Para o idoso a atividade física é essencial, pois junto com esse envelhecimento aparecem as perdas, principalmente físicas e cognitivas. Por isso o idoso que pratica atividade física torna-se um aliado para ajudar a amenizar essas perdas.

A Hidroterapia é uma ótima alternativa para idosos, tanto para prevenir como para tratar doenças.






FONTE:
www.oncoguia.org.br
CIOSAK, S. I.et al;. Senescência e Senilidade: novo paradigma na atenção básica de saúde. 2011.

sábado, 6 de setembro de 2014

Atuação da Fisioterapia na Paralisia Cerebral

Nesse dia 04 de Setembro foi comemorado o Dia Mundial da Paralisia Cerebral, e o post dessa semana foi feito para esclarecer algumas dúvidas e explicar como a fisioterapia pode atuar para melhorar a vida desses pacientes.

O que é a Paralisia Cerebral?

 O termo Paralisia Cerebral (PC), descreve uma série de implicações e danos que acontecem no Sistema Nervoso Central (SNC). A criança com PC geralmente não possui o controle dos músculos do corpo, o que trás dificuldades motoras e incoordenação, consequentemente afetando o desenvolvimento. Essas dificuldades variam desde graus mais leves com perturbações quase que imperceptíveis, até as mais graves como incapacidade para andar, falar e com dependência total dos familiares. Suas causas são quase que sempre decorrentes da falta de oxigenação cerebral e podem acontecer durante a gravidez, no momento do parto ou durante seu desenvolvimento. 
Crianças com PC apresentam déficits sensório-motores, influenciando no comportamento emocional e social, resultando em um desenvolvimento global com atrasos, que muitas vezes são confundidas com a capacidade cognitiva e potencialidade para uma vida independente e autônoma no futuro em fase adulta. Por isso torna-se extremamente importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar desde o nascimento, ajudando-o e estimulando-o para desenvolver o máximo de suas capacidades , afim de adaptá-los e integra-los a sociedade da melhor forma possível.

Quais são as causas?

A etiologia da PC é multifatorial (várias causas). Qualquer agressão ao SNC que ocorra em idade precoce pode levar a uma lesão irreversível e não pregressiva. Elas se dividem em vários fatores e em 3 grupos:
1) Pré-natais (durante a gravidez): Mal formação do SNC, infecções, anemias graves, distúrbios metabólicos graves (ex: Diabetes) e Hipertensão Arterial Sistêmica.
2) Perinatais (durante e logo após o parto): Traumatismo no parto, sofrimento fetal, distúrbios circulatórios cerebrais, nascimento prematuro, recém nascido de baixo peso.
3) Pós-natais: asfixia, traumatismo cranianos e infecções de sistema nervoso (ex: Meningite).


Como se classifica:
 A lesão ocorre no córtex cerebral e dependendo da localização exata e extensão é que se classifica a PC, nomeando em vários tipos:
Espástica: Atinge apenas um lado do corpo (hemiparesia), membros inferiores (diplegia) ou os quatro membros (quadriplegia). Frequentemente a criança também apresenta dificuldades de fonação e deglutição, contraturas articulares e atrofias.
Atetóide: Presença de movimentos anormais de distribuição difusa, nem sempre simétricos que tendem a se exacerbar a movimentação voluntária e aos estímulos sensoriais ou emocionais.
Atáxia: Caracteriza-se pela incoordenação dos movimentos, distúrbios do equilíbrio que dificultam a movimentação voluntária e a marcha,  diminuindo o tônus muscular.
Hipotônica: Um tipo raro de PC em que a criança apresenta baixo tônus muscular, com características de hipoatividade, falta de controle postural e dificuldade de vencer a gravidade.
Principais problemas associados à PC:
Convulsões, distúrbios da fala e audição, deficiências visuais, dificuldade de aprendizagem, problemas odontológicos, salivação excessiva e escoliose.

Diagnóstico:
É baseado na anamnese e exame físico minucioso. Quanto aos exames complementares usa-se o Eletroencefalograma (EEG) e Tomografia computadorizada (TC) para determinar a extensão e localização das lesões e mal formações congênitas que podem estar associadas.

Tratamento Fisioterapêutico na Paralisia Cerebral:
Estimular o desenvolvimento neuropsicomotor normal e treino das atividades vida diária, os objetivos podem ser estipulados a curto e a longo prazo, direcionando sempre para qualidade de vida, fornecendo orientações para cuidadores e familiares. É importante ressaltar que cada criança tem suas necessidades individuais, que mudam de acordo com a idade.


* Conceito Neuroevolutivo Bobath: usa de pontos chaves para movimentar partes do corpo para conseguir melhor alinhamento biomecânico.
* Treino de marcha.
* Intervenção precoce, Estimulação Neuropsicomotor e Estimulação de Sensibilidade.
* Adaptações para facilitação das Atividades de vida diária (AVD's).
* Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva: Exercício de Kabat, que inibem a hipertonia.

Fonte:

Pereira, C. L. G. et al.; Paralisia Cerebral. São Paulo, 2013.
Brianeze, C. et al.; Efeito de um programa de fisioterapia funcional em crianças com paralisia cerebral associado a orientações aos cuidadores: estudo preliminar. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, 2009.
www.nacpc.org.br